Já imaginou ter uma casa feita em 3D? Essa startup promete moradia do futuro
Empresa Icon surgiu em 2017, mas entregou pouquíssimas casas até agora; parceria com grande construtora pode mudar isso
Pode parecer loucura, mas a sua próxima casa pode ser feita por uma impressora 3D. Diante da crise imobiliária em que vivemos, Jason Ballard, dono da startup Icon, de 2017, apresentou uma solução: e se edifícios fossem criados camada por camada por uma impressora 3D?
De acordo com o empresário, há muitas pessoas sem-teto, e muitos trabalhadores não podem nem sequer pagar por uma moradia básica em cidades norte-americanas antigas. Além disso, as cas não são energeticamente eficientes. Outras questões seriam problemas na cadeia de suprimentos das construções, escassez de mão de obra e custo alto dos materiais de construção.
Na cidade de Austin, no Texas, por exemplo, o aluguel médio subiu 45% no ano passado, o que faz com que muitas pessoas não possam morar lá.
Se há cinco anos, tinham menos de dez pessoas trabalhando na Icon, agora o número vai para mais de 400. Mas a startup, até agora, também gerou mais manchetes do que casas propriamente ditas. Até o ano passado, a empresa imprimia menos de 24 casas, e a maioria em teste.
Contudo, recentemente, a empresa anunciou uma parceria com a Lennar, que é a segunda maior construtora dos Estados Unidos — algo que pode mudar as coisas.
Impressão de casa 3D
O processo de impressão 3D para essa finalidade ainda é confuso e trabalhoso. Ele é atualmente usado para construir paredes, enquanto os outros métodos convencionais ainda fazem os pisos, telhados e acabamentos. No entanto, as paredes estão entre os pontos mais caros e trabalhosos em uma construção, segundo matéria do The New Yorker.
Se normalmente o concreto é considerado um material com uma alta tolerância, na impressão 3D ele deve ser líquido o suficiente para se mover através da impressora. Assim, o software do aparelho faz medições de temperatura, pressão e umidade, e a cada 15 minutos, ajusta a mistura. Ou adicionando superplastificante, se estiver muito fria, ou um retardador, se estiver quente.
A primeira ideia de "imprimir" um edifício surgiu com Behrokh Khoshnevis, professor de engenharia da Universidade do Sul da Califórnia. Ainda nos anos 90 e início dos anos 2000, ele, que já tinha proposto a impressora 3D para plásticos e metais, começou a imprimir objetos bem maiores, como peças industriais, e o plano era que depois fossem edifícios.
O trabalho era sujo e difícil, mas o professor acreditava que aquilo poderia mudar o mundo. Agora, ao que parece, teremos a chance de acompanhar os primeiros resultados dessa ideia.